quinta-feira, 2 de agosto de 2012

continuação...O livro BR 101


O livro BR 101 – A estrada do Brasil sintetiza bem o que o brasileiro é capaz, com sua força de superação e capacidade em ajudar. Ainda aborda o que o Transporte no Brasil pode fazer e já faz pela Economia do Brasil.
Autor:  Mazuras, Marcelo
BR – 101 : a estrada do Brasil / Marcelo Mazuras ; fotos Gustavo Kersten. – 1. Ed. – São Caetano do Sul, SP  : Casa Maior Editora, 2012.
Transcrevo aqui o trecho do livro que falam da Tia Cotinha: (pág 236/237)

Poucas pessoas do Brasil conhecem tão bem a dor e a alegria das estradas como Nair Pereira dos Santos, a Tia Cotinha. São 60 anos de trabalho na beira de uma rodovia – 38 deles na BR – 101 em Paulo Lopes, sul de Santa Catarina. Ao lado do seu marido Osni, ela cozinhou e serviu gerações de viajantes. Com seu restaurante, o Tia Cotinha, criou seus 8 Filhos. E a BR – 101 que sustentou sua família também tomou parte dela. Nair, agora com 78 anos, perdeu um de seus netos num acidente poucos Kms dali, no trevo da Penha. Meses depois, seu marido Osni, morreu quase no mesmo local, ao se chocar com um Caminhão. Tudo isto aconteceu em 1990. Mas como diz o ditado, desgraça pouco e bobagem: seu filho mais velho também perdeu a vida numa colisão de carro na mesma região, apenas um mês depois do Pai. Três mortes seguidas por acidente – as três na mesma BR – 101. Todas a poucos Kms do restaurante em que ela sempre trabalhou.
Tal coleção de Tristezas faria desmoronar qualquer vivente. Cotinha, porém, se resignou – entregou tais desígnios aos desejos de Deus.
E se manteve ativa e forte no comando da melhor comida caseira que se pode encontrar na 101 – Brasil todo incluída, em nossa rigorosa avaliação. A carne de Panela e a Galinha caipira são insuperáveis. O preço é comovente.
Com tantos anos de estrada, ela foi adotada como mãe dos caminhoneiros. “Eles me contam tudo, problemas no Trabalho e no casamento. Eu tento dar uns conselhos”, diz. Atenta, ela não deixa ninguém com cara de sono seguir viagem. “Só de bater os olhos já sei que o caminhoneiro passou o tempo de ir para a cama. Sei também se tomou alguma coisa errada. Aí peço para ele dormir um pouco, enfim não deixo prosseguir”, conta. E eles obedecem? “Sempre”, responde com um breve sorriso. Pudera: Tia Cotinha até faz chazinho para convencer os reticentes....agradecidos, eles sempre retornam. Muitos trazem os filhos, e depois os netos, para lhe tomar a Benção.
Ela nunca operou com cartões ou cheques: “Se alguém ta sem dinheiro, falo para pagar depois não tem problema”. E garante que nunca perdeu um centavo nessas penduras. “Caminhoneiro é trabalhador sofrido, tenho pena deles. Todos pagam direitinho e ainda agradecem”, afirma.
               
Se você leu até o fim, gostaria de agradecer pois com certeza você acredita que podemos fazer melhor. Temos que acreditar e sonhar mais, pois só assim conseguiremos motivar mais pessoas a acreditar que somos capazes de mudar este Brasil.

Um grande abraço...
Junior Cavalca

*Ganhei esse livro da Scania no evento que participei em Brasília.

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