O
livro BR 101 – A estrada do Brasil sintetiza bem o que o brasileiro é capaz, com
sua força de superação e capacidade em ajudar. Ainda aborda o que o Transporte
no Brasil pode fazer e já faz pela Economia do Brasil.
Autor:
Mazuras, Marcelo
BR –
101 : a estrada do Brasil / Marcelo Mazuras ; fotos Gustavo Kersten. – 1. Ed. –
São Caetano do Sul, SP : Casa Maior
Editora, 2012.
Transcrevo
aqui o trecho do livro que falam da Tia Cotinha: (pág 236/237)
Poucas pessoas do Brasil conhecem tão bem
a dor e a alegria das estradas como Nair Pereira dos Santos, a Tia Cotinha. São
60 anos de trabalho na beira de uma rodovia – 38 deles na BR – 101 em Paulo
Lopes, sul de Santa Catarina. Ao lado do seu marido Osni, ela cozinhou e serviu
gerações de viajantes. Com seu restaurante, o Tia Cotinha, criou seus 8 Filhos.
E a BR – 101 que sustentou sua família também tomou parte dela. Nair, agora com
78 anos, perdeu um de seus netos num acidente poucos Kms dali, no trevo da
Penha. Meses depois, seu marido Osni, morreu quase no mesmo local, ao se chocar
com um Caminhão. Tudo isto aconteceu em 1990. Mas como diz o ditado, desgraça
pouco e bobagem: seu filho mais velho também perdeu a vida numa colisão de
carro na mesma região, apenas um mês depois do Pai. Três mortes seguidas por
acidente – as três na mesma BR – 101. Todas a poucos Kms do restaurante em que
ela sempre trabalhou.
Tal coleção de Tristezas faria desmoronar
qualquer vivente. Cotinha, porém, se resignou – entregou tais desígnios aos
desejos de Deus.
E se manteve ativa e forte no comando da
melhor comida caseira que se pode encontrar na 101 – Brasil todo incluída, em
nossa rigorosa avaliação. A carne de Panela e a Galinha caipira são insuperáveis.
O preço é comovente.
Com tantos anos de estrada, ela foi
adotada como mãe dos caminhoneiros. “Eles me contam tudo, problemas no Trabalho
e no casamento. Eu tento dar uns conselhos”, diz. Atenta, ela não deixa ninguém
com cara de sono seguir viagem. “Só de bater os olhos já sei que o caminhoneiro
passou o tempo de ir para a cama. Sei também se tomou alguma coisa errada. Aí
peço para ele dormir um pouco, enfim não deixo prosseguir”, conta. E eles
obedecem? “Sempre”, responde com um breve sorriso. Pudera: Tia Cotinha até faz
chazinho para convencer os reticentes....agradecidos, eles sempre retornam.
Muitos trazem os filhos, e depois os netos, para lhe tomar a Benção.
Ela nunca operou com cartões ou cheques:
“Se alguém ta sem dinheiro, falo para pagar depois não tem problema”. E garante
que nunca perdeu um centavo nessas penduras. “Caminhoneiro é trabalhador
sofrido, tenho pena deles. Todos pagam direitinho e ainda agradecem”, afirma.
Se
você leu até o fim, gostaria de agradecer pois com certeza você acredita que
podemos fazer melhor. Temos que acreditar e sonhar mais, pois só assim
conseguiremos motivar mais pessoas a acreditar que somos capazes de mudar este
Brasil.
Um
grande abraço...
Junior Cavalca
*Ganhei esse livro da Scania no evento que participei em Brasília.
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